Neste Dia do Trabalho, quero cantar um bendito: primeiro a Deus, que fez
o paraíso cheio de belezas e fartura, mas dele expulsou nossos primeiros pais
para que, trabalhando aqui, alcançassem o direito de merecê-lo um dia.
Foi a herança que nos tocou, por isso sentimos o céu na terra quando,
após um dia de trabalho honesto e construtivo, o sabor do arroz e do feijão nos
parece um manjar divino. E o nosso travesseiro, à noite, é como se estivéssemos
dormindo nas nuvens.
Mas a vida ficou tão complicada com as “facilidades domésticas” da
tecnologia moderna, que nosso trabalho não basta, estamos sempre precisando das
especializações de outros.
Por isso quero cantar outros benditos: ao encanador que atende logo ao
primeiro chamado diante de uma catástrofe doméstica, alagamentos, canos
furados, entupimento de esgoto, torneira vazando. Que tragédias!
Outro bendito ao eletrotécnico e ao eletroeletrônico que com competência
e honestidade devolvem a cor à televisão, a voz ao vídeo cassete, além de
consertar a batedeira, o aspirador, o liquidificador, as máquinas de lavar.
Bendito eletricista: fazendo as ligações necessárias na casa,
restituindo-nos a luz, o calor do chuveiro, do ferro de engomar, do aquecedor!
Bendito técnico das operadoras de Internet que nos devolvem a conexão tão
desejada, que nos ligam com o mundo virtual e nos aproximam com os amigos
reais. Que mocinhos gentis chegam às nossas casas com o socorro “implorado”.
Um bendito bem alto às empregadas domésticas, que todo dia deixam suas
casas por arrumar para atender às nossas, com tudo o que têm de precioso,
nossos filhos, os bens... Para que a gente possa afastar-se tranquila, rumo ao
próprio trabalho ou, aposentada, exercer outros misteres que nos causem prazer.
Bendito ao produtor rural – criador ou agricultor – que enfrenta os
riscos do trabalho, das oscilações do clima e das inconveniências dos
financiamentos bancários para trazer-nos os alimentos à mesa.
Bendito aos professores que servem de ponte e de apoio às novas gerações.
Um bendito a todos os operários, da construção, das fábricas de
alimentos, vestuários, utensílios, máquinas.
E a todos esses novos servidores que se fazem tão necessários em nossa
vida atual: manicures a domicílio cabeleireiros, depiladoras, e tantos outros
que acorrem ao nosso chamado urgente, como os “maridos de aluguel” – que
invenção bendita!
Bendito ao motorista profissional que vive na estrada transportando gente
e mercadorias.
Benditos metalúrgicos, mineiros, exploradores, inventores.
Bendito o mecânico que faz nosso carro andar. E o borracheiro. O
entregador de gás que é tão rápido para atender nossa demanda. Nosso almoço de
domingo ficaria a meio se não fosse ele em sua moto.
Benditos garis que varrem as ruas e recolhem o lixo.
Ai de nós sem eles, nem pensar.
Bendito o carteiro, o entregador de jornais sempre na hora certa,
permitindo que no café da manhã a gente consiga ficar atualizada com os
acontecimentos do mundo. E os jornalistas, repórteres, cronistas, pesquisadores,
quanta gente que nos presta serviço, e que serviço!
Bendito aos atores de cinema, teatro e de novelas! Ah, esses fazem parte
de nosso dia a dia, com eles rimos, choramos, vivemos com mais sentimento os
dramas humanos que bem conhecemos.
Bendito aos pintores, músicos, escritores, que traduzem para a sua arte o
que nós, humanos, sentimos. E nos proporcionam tantos momentos de encantamento
e redescoberta de nós mesmos.
Enfim, bendito àquele que acredita no trabalho honesto e nele deposita
todo o seu empenho de crescer, servir e ser feliz!
Deus os abençoe e proteja.