sexta-feira, 6 de julho de 2012

PRECISA-SE





Outro ano eleitoral. Desta vez, nos municípios, o que nos atinge mais de perto. Breve começarão as propagandas no rádio e na TV alterando horários de nossos programas. Para dizerem o quê? Promessas de melhoria na educação, na saúde, na economia, comunicação e transportes.
Cada vez menos otimistas, os eleitores ficam desejando que surjam Diógenes da lâmpada à procura do parlamentar ou administrador honesto, consciente de suas responsabilidades. Que projete e execute ações para o bem público e não para o seu próprio bolso. Que priorize as obras com maior alcance para o beneficiamento das populações, ainda que não lhes rendam mais votos, porque são as que menos aparecem. Como saneamento básico, coleta do lixo, melhoria nas estradas e outras tantas coisas que dão uma qualidade melhor de vida ao cidadão.
O que apavora mesmo é o aumento sempre crescente da  dívida  do Estado. Parece até comos “negócios” das crianças: há sempre um perdedor ingênuo – no caso, nós-  como aquele Joãozinho dos livros infantis, que trocava uma vaca por um porco, o porco por uma galinha... até chegar ao fim dos fins: ninguém negociava a pedra – última aquisição que ele trocara, provavelmente por um ovo.  
O surpreendente é que ele saía sempre contente, assobiando pelo caminho, com esperanças de novas surpresas na primeira curva da estrada.
É isso que nos está faltando: a alegria pura e simples de viver. Os jovens, hoje, vivem momentos tão cheios de correrias, horas marcadas, competitividade no mercado de trabalho! Tempo é dinheiro, e a vida se conta pelos sacos de ouro acumulados. Não é bem assim, mas acontece que o povo nem das preocupações administrativas fica livre: tem de acompanhar pela mídia, passo a passo, as tentativas infrutíferas do governo para debelar a dívida, acabar com a pobreza, revitalizar a produção, a economia.
Por isso fiquei a invejá-la, quando antes me dava pena: aquela velhinha que voltou ao passado, antes de se falar em mal de Alzheimer. Era mesmo caduquice. Sempre que me encontra, fala comigo. Uma vez me chama pelo nome de minha mãe, outras, sou a vovó. Ela me conta que está vindo da casa de dona Engrácia, sua amiga de mocidade. E eu sei que nem dona Engrácia nem sua casa existem mais. Depois fala nos filhos pequenos. Precisa voltar para preparar a papinha, a mamadeira do Joãozinho. E eu sabendo que o seu João, a estas alturas, é um vovô bem sucedido, quase a aposentar-se.
A velhinha esconde nos recessos da memória os acontecimentos tristes, para reviver  as horas mais felizes, quando as crianças eram pequenas, e ela esperava um futuro róseo para todas.
É uma anestesia natural que vem depois de tanta luta! Quando o coração ou a memória não pode mais assimilar as emoções e  sem sofrer as grandes dores da existência.
Mas ainda não chegamos a isso. Precisamos estar com boa cabeça para repensar a vida, salvar dos escombros o que ainda palpita. Precisamos confiar em Deus, em nós mesmos e  naqueles que nos representam no governo democrático.
Precisamos do governante que não se acomode no cargo após lançar tantas esperanças ao povo sofrido.
Que os jovens encontrem o trabalho de sua vocação. E encontre nele satisfações pessoais e materiais. Que plantem com otimismo e colham com alegria. Que criem,  consertem, que inventem e construam. Que possam amealhar para o futuro como as formigas. E viver o momento presente alegrando-se com o canto das cigarras.
Pois a vida bem vivida não é só o pão, mas  as flores, a música, risos, sonhos e muito amor. Não só em branco e preto, mas a cores.
Certas músicas são como o vento, que traz de volta aquilo que já passou.
É preciso ouvi-la e renascer, sentindo aquela emoção que parecia apagada. E reacendeu.
Precisamos de sorrisos jovens. Da alegria pura das crianças.... e dos velhinhos.
O ano já está pela metade. Vamos confiar e vivê-lo intensamente. E v

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