quinta-feira, 4 de abril de 2013

PÁSCOA É RENASCIMENTO





Tenho saudades da igreja vestida de roxo, nas quaresmas de antigamente. Agora não há muitas imagens para cobrir. O que vale é sentir que um Deus morreu por nós e ressuscitou, para mostrar que também renasceremos.
No entanto, dessa forma, o calendário transcorre sem grandes modificações, e a gente quase não sente a Páscoa acontecer.
Quando a Semana Santa era o único feriadão dos estudantes passado em casa, tinha outro sabor. Isso digo eu, sem o respaldo dos estudantes de hoje que todo o fim de semana procuram voltar ao aconchego dos seus. Os atrativos das cidades grandes sobre a juventude parece que enfraqueceram.  Não há solidão maior que a das multidões de desconhecidos!
Passando por uma vitrine graciosamente decorada com coelhinhos de Páscoa, fico recordando os ovos de galinha que as mães pintavam para seus filhinhos. Noites e noites recheando-os com balas e amendoins açucarados que elas mesmas preparavam.  Antegozando a alegria dos pequenos, e ao mesmo tempo preocupadas em não sobrecarregar  o orçamento da família.
Tempos em que cada centavo - ou tostão? - era contado e poupado, diante das despesas para custear os estudos dos filhos em outras cidades. Assim, as passagens de ônibus eram usadas apenas para as férias, e não havia ainda o costume das caronas e do dedo levantado na beira da estrada. Imaginem se agora alguém vai fazer isso? Os tempos mudaram, o número de carros centuplicou, os perigos de acidentes e violências também.
Ouvindo uma música daqueles tempos, lembrei meus tempos de estudante e as vindas de ônibus para as férias. Éramos uma turma alegre que cantava durante o trajeto, e os demais passageiros não reclamavam. Tínhamos vozes afinadas, e as canções não eram barulhentas, mas especialmente românticas.  Dona Frida Lang batia palmas e pedia bis. Pessoa querida! Ela nos entendia, conhecia o mundo e as pessoas. Lá de onde ela veio -  Áustria – devia ser comum cantarem nas ruas. Como no filme Noviça Rebelde, tão lindo, com aquelas paisagens dos Alpes. Que coisa, estou devaneando e ainda tenho muita coisa para fazer neste final de manhã.
Desejo que meus leitores e amigos tenham passado uma Páscoa muito feliz. Diferente de antigamente, mas sempre uma festa de amor e de reencontros afetivos.



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