Ver-se livre dos incômodos do ônibus – que até nem são tantos. As paradas
que não são as nossas preferidas, os horários, os lugares nem sempre à janela -
receber uma carona é uma graça. Ainda mais de um motorista tão correto e
pontual que até os vôos internacionais o respeitam. Pois é, essa rica criatura
nos levou a Paris, e as viagens saíram todas no horário, não houve extravio de
malas, nem outros transtornos.
Pois é, mas há caronas que abalam nossos nervos. Dizem que vamos sair às
oito, a gente contata com o parente lá do destino combinando encontrá-lo no
almoço, e o motorista só nos aparece horas depois do combinado. Planos desfeitos. Que fazer?
Lembro horas de pavor na estrada, quando o dono da viagem perdia a calma
quando ultrapassavam seu carrinho que nem era lá essas coisas. Mas ele dizia
que sim, nenhum o vencia na corrida. Eu me via esmagada por caminhões pesados
ou carrões bem potentes. Ainda bem que não aconteceu.
Noutras ocasiões era uma colega que se achava o máximo na direção. A
estrada era de terra solta, aquele areial, e a menina não suportava ser
ultrapassada. Não adiantavam os rogos da irmã dela que ia junto. Eu nem piava,
afinal, eu era uma simples carona...De olhos fechados, prevendo o pior, quando
os abria após uma ultrapassagem perigosa, não dava para ver a estrada à frente.
Era uma nuvem de poeira que demorava a dissipar-se. E se viesse outro veículo
contra nós? Felizmente estamos ilesas, eu e a minha caroneira, que ainda dirige
e, que eu saiba, não sofreu nenhum acidente. Só pode ser a proteção de
Deus que nos quer vivendo para fazer algo de bom. Quem sabe?
Deus que nos quer vivendo para fazer algo de bom. Quem sabe?
O mês de janeiro está no meio, e meu tempo de escrever não chega nunca.
Por isso, ao sair para as praias, vou deixar este texto, feito às pressas e em
busca da inspiração que não chega. É para não deixar em branco meu espaço no
blog. Compromisso que assumi comigo mesma. Deus sabe por quê.
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