Domingo é dia
de ficar só. Não preciso pôr a mesa para o café da manhã. Uso os guardanapos de
um joguinho americano, aquento o leite no microondas, pouca louça para lavar. Depois das
arrumações básicas, da casa e pessoais, é tempo de procurar as amigas para o
almoço em
restaurante. Todas sozinhas como eu. Sem queixumes, pelo
contrário, com muita novidade interessante para compartilhar.
Num desses
domingos, acabei de fechar janelas e a porta da cozinha, quando a campainha tocou.
Fiquei feliz, era uma vizinha me trazendo terra boa para os meus canteiros.
Para deixar o saco na garagem, para lá
seguimos em alegre conversa, não sem antes eu ter batido a porta, que não abre
por fora sem a chave.
Depois que nos
despedimos no portão, é que me dei conta: não pude mais entrar na minha casa.
Procurei forçar as janelas, mas qual, nem com o auxílio do rapaz filho da
vizinha que veio em meu socorro. A porta da cozinha, nem pensar, além da
fechadura comum, ainda tem a de segurança. A garagem estava aberta, e o carro
também, mas e as chaves? Os telefones trancados lá dentro, foi um pesadelo. E a
minha casa uma fortaleza!
Foram passando
vizinhas, e eu pedi o telefone de uma delas. Depois de várias tentativas,
acessei minha mana mais caseira que me atendeu logo. Até uma visita que eu
teria recebido – uma ex-aluna de passagem pela cidade, que desejava muito me
rever – tive de atender do lado de fora.
Enquanto isso,
minha mana só não chamou os bombeiros e a Brigada Militar, como costuma fazer
quando desconfia de ladrão no pátio ou de um enxame de abelhas ameaçando de
cima de uma de suas árvores. Ela já foi picada e criou uma fobia! Pois bem,
graças a seus telefonemas, em pouco mais de meia hora surgiram três carros da
família em meu socorro. E um deles me levou até minha empregada doméstica que
tinha a chave reserva.
Cheguei
atrasada para buscar minha amiga, mas as
outras já se encontravam no restaurante à nossa espera. Verdade que o Buffet àquelas alturas estava meio
desfalcado e um tanto frio. Lembramos o escritor Carpinejar que se queixou
disso em uma de nossas churrascarias. Ficou sendo persona non grata em nossa cidade. Ele e o Gourmet, mas este foi
por outro motivo. Somos bairristas!
Em todo o caso,
tive momentos felizes com as companheiras rindo do episódio. Depois de deixar
minha amiga em casa, chegou a hora da agradável sestinha das quietas tardes de domingo. Mas durou pouco. Por
incrível que pareça, foi a vez dela ficar sem a chave. No momento de pagar a
conta do almoço, ela a esqueceu no balcão do restaurante. Coitada, naquela
tarde mormacenta teve de caminhar boas quadras até um telefone para pedir
socorro.
Fomos a um
chaveiro, porque o restaurante já havia fechado, eram quase três da tarde.
Até que os casos ficassem resolvidos, nossas
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