segunda-feira, 17 de março de 2014

TRAPALHADAS DE DOMINGO







Domingo é dia de ficar só. Não preciso pôr a mesa para o café da manhã. Uso os guardanapos de um joguinho americano, aquento o leite no  microondas, pouca louça para lavar. Depois das arrumações básicas, da casa e pessoais, é tempo de procurar as amigas para o almoço em restaurante. Todas sozinhas como eu. Sem queixumes, pelo contrário, com muita novidade interessante para compartilhar.
Num desses domingos, acabei de fechar janelas e a porta da cozinha, quando a campainha tocou. Fiquei feliz, era uma vizinha me trazendo terra boa para os meus canteiros. Para deixar o saco na garagem,  para lá seguimos em alegre conversa, não sem antes eu ter batido a porta, que não abre por fora sem a chave.
Depois que nos despedimos no portão, é que me dei conta: não pude mais entrar na minha casa. Procurei forçar as janelas, mas qual, nem com o auxílio do rapaz filho da vizinha que veio em meu socorro. A porta da cozinha, nem pensar, além da fechadura comum, ainda tem a de segurança. A garagem estava aberta, e o carro também, mas e as chaves? Os telefones trancados lá dentro, foi um pesadelo. E a minha casa uma fortaleza!
Foram passando vizinhas, e eu pedi o telefone de uma delas. Depois de várias tentativas, acessei minha mana mais caseira que me atendeu logo. Até uma visita que eu teria recebido – uma ex-aluna de passagem pela cidade, que desejava muito me rever – tive de atender do lado de fora.
Enquanto isso, minha mana só não chamou os bombeiros e a Brigada Militar, como costuma fazer quando desconfia de ladrão no pátio ou de um enxame de abelhas ameaçando de cima de uma de suas árvores. Ela já foi picada e criou uma fobia! Pois bem, graças a seus telefonemas, em pouco mais de meia hora surgiram três carros da família em meu socorro. E um deles me levou até minha empregada doméstica que tinha a chave reserva.
Cheguei atrasada  para buscar minha amiga, mas as outras já se encontravam no restaurante à nossa espera. Verdade que o Buffet àquelas alturas estava meio desfalcado e um tanto frio. Lembramos o escritor Carpinejar que se queixou disso em uma de nossas churrascarias. Ficou sendo persona non grata em nossa cidade. Ele e o Gourmet, mas este foi por outro motivo. Somos bairristas!
Em todo o caso, tive momentos felizes com as companheiras rindo do episódio. Depois de deixar minha amiga em casa, chegou a hora da agradável sestinha das  quietas tardes de domingo. Mas durou pouco. Por incrível que pareça, foi a vez dela ficar sem a chave. No momento de pagar a conta do almoço, ela a esqueceu no balcão do restaurante. Coitada, naquela tarde mormacenta teve de caminhar boas quadras até um telefone para pedir socorro.
Fomos a um chaveiro, porque o restaurante já havia fechado, eram quase três da tarde.
Até que os casos ficassem resolvidos, nossas 

Nenhum comentário:

Postar um comentário