No relógio do celular são cinco e meia da manhã. Agora ele é o meu
despertador. Acordei porque senti frio, não muito, mas aquele que pede mais uma
coberta. Leve que seja.
Dominando a preguiça, fui buscá-la no baú aos pés da cama. Tão simples
assim, e eu demorei a mexer-me, quando o sacrifício foi mínimo diante do
benefício conquistado.
Há coisa mais gostosa do que cobrir-se quando o frio acontece? Um
cobertorzinho a mais, e sente-se aquela delícia na pele e no corpo todo.
Este mês de novembro tem sido agradável, faz calor à tarde, e à noite é
aquele ar fresquinho que faz a gente dormir melhor.
No Dia de Finados, uma das minhas manas telefonou-me do cemitério: “Se
vieres agora, por favor, me traz um agasalho, pensei que estava quente, mas estou
louca de frio.”
Apressei-me a atendê-la, e o sorriso dela quando a cobri com meu casaco
foi plenamente compensador. Que coisa! Foi um pequeno milagre.
Depois que desperto, o sono não volta logo. Mas nesta manhã fresquinha,
depois do cobertor a mais, fiquei pensando só coisas agradáveis e deixando-me
levar pela sensação de conforto de minha cama, acompanhando os ruídos comuns da
madrugada, o cacarejo das galinhas da bendita vizinha que ainda pensa em
criá-las no pátio de sua casa. Uma tentação para os ladrões, mas agora eles não
se contentam com pouco. Por aqui reina é o abigeato.
Quando os pensamentos se desviam para esse crime e outros piores que
dominam nossos dias, acho melhor começar a rezar as orações da manhã e depois
buscar dormir de novo.
Hoje é domingo. Poucos compromissos na agenda desta aposentada. Posso
ficar à toa
no computador, pois já deixei o leite ferver
sem derramar, como muitas vezes deixo acontecer quando me entretenho com minhas
crônicas. Coisas de “escritora”...
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