As previsões são alarmantes para este verão: calor demais, chuva de
menos. E o pior - colapsos de energia
anunciados pelos canais competentes.
Quando a gente pensa nos “splits” e ventiladores desligados
compulsoriamente, dá um pavor danado. Onde fica minha sombra e água fresca?
Poucos dias numa praia não resolvem. Seria preciso o verão inteiro, mas quem
aluga imóvel, nem pensar. Ah, meus sonhos de ter uma casa de campo ou de praia!
Meus primos, que há anos residem a poucos quilômetros de Brasília,
plantando soja em terras produtivas, ficaram admirados com as mudanças no Rio
Grande do Sul. Principalmente com a diminuição do poder aquisitivo de um
pensionista do Estado ou INSS, de um funcionário ou professor inativo. Nesta
terra que antes era considerada o celeiro do país. Pudera! Eles agora estão mais próximos dos
marajás do Distrito Federal que vivem
num mundo virtual de riquezas e poder.
Até o clima eles estranharam. Um mormaço que lá eles não sentem. E a
falta de sombras nesta “clareira da mata”! Lembro uma antiga professora de
minhas primeiras letras descrevendo o clima do nordeste: “dá para fritar um ovo
na calçada.” Estou pensando em fazer a experiência. Aqui é bem possível
acontecer...
De saudosos da terra natal,
passados alguns dias eles começaram a pretextar motivos para retornar aos novos
pagos. Arrumaram as malas e partiram antes do previsto.
Como é que a gente suportava o verão décadas atrás, no século passado
melhor dizendo? Em vez de geladeira, as bebidas eram refrescadas num balde
dentro do poço. A moda não incluía shortinhos e tomaras que caia. Era vestido
de manga curta, por muita concessão (cavado era mal visto), camisa e gravata
nas repartições (coitado de meu pai). As freiras e os padres vestiam-se com
hábitos e batinas escuros e quentes. Como suportavam?Acho que o clima mudou.
Deve ser a redução da camada de ozônio e outras modificações feitas pela
devastação das florestas e outras “artes” dos humanos.
Que fazer, sou um deles e tenho que aguentar.
O bom do verão é que as tardes são maiores, proporcionando um encontro
nas casas das manas, à sombra, fazendo crochê, bordado e com muita prosa. E
ainda o melhor: a pele da gente fica mais esticada, menos rugas e uma aparência
mais jovem, ou melhor, menos envelhecida.
Mas que saudade do outono!
Sempre que posso dou uma passadinha pelo seu blog, é muito bom ler você.
ResponderExcluirUm abraço professora!