sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

O CALOR QUE NOS ENVOLVE




As previsões são alarmantes para este verão: calor demais, chuva de menos. E o pior -  colapsos de energia anunciados pelos canais competentes.
Quando a gente pensa nos “splits” e ventiladores desligados compulsoriamente, dá um pavor danado. Onde fica minha sombra e água fresca? Poucos dias numa praia não resolvem. Seria preciso o verão inteiro, mas quem aluga imóvel, nem pensar. Ah, meus sonhos de ter uma casa de campo ou de praia!
Meus primos, que há anos residem a poucos quilômetros de Brasília, plantando soja em terras produtivas, ficaram admirados com as mudanças no Rio Grande do Sul. Principalmente com a diminuição do poder aquisitivo de um pensionista do Estado ou INSS, de um funcionário ou professor inativo. Nesta terra que antes era considerada o celeiro do país.  Pudera! Eles agora estão mais próximos dos marajás do Distrito Federal que vivem  num mundo virtual de riquezas e poder.
Até o clima eles estranharam. Um mormaço que lá eles não sentem. E a falta de sombras nesta “clareira da mata”! Lembro uma antiga professora de minhas primeiras letras descrevendo o clima do nordeste: “dá para fritar um ovo na calçada.” Estou pensando em fazer a experiência. Aqui é bem possível acontecer...
 De saudosos da terra natal, passados alguns dias eles começaram a pretextar motivos para retornar aos novos pagos. Arrumaram as malas e partiram antes do previsto.
Como é que a gente suportava o verão décadas atrás, no século passado melhor dizendo? Em vez de geladeira, as bebidas eram refrescadas num balde dentro do poço. A moda não incluía shortinhos e tomaras que caia. Era vestido de manga curta, por muita concessão (cavado era mal visto), camisa e gravata nas repartições (coitado de meu pai). As freiras e os padres vestiam-se com hábitos e batinas escuros e quentes. Como suportavam?Acho que o clima mudou. Deve ser a redução da camada de ozônio e outras modificações feitas pela devastação das florestas e outras “artes” dos humanos.
Que fazer, sou um deles e tenho que aguentar.
O bom do verão é que as tardes são maiores, proporcionando um encontro nas casas das manas, à sombra, fazendo crochê, bordado e com muita prosa. E ainda o melhor: a pele da gente fica mais esticada, menos rugas e uma aparência mais jovem, ou melhor, menos envelhecida.
Mas que saudade do outono!


Um comentário:

  1. Sempre que posso dou uma passadinha pelo seu blog, é muito bom ler você.
    Um abraço professora!

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