sexta-feira, 5 de julho de 2013

NA RETAGUARDA









Este ano de dois mil e treze será lembrado como o da explosão do povo brasileiro, que cansou de ser bonzinho. Quando a gente – nós, os inativos – pensava que a juventude estava alienada, que pra eles tudo bem desde que não lhe faltassem os prazeres, eis que a turba se levanta através das redes sociais e faz aquele barulho! Capaz de fazer tremer os escalões superiores que mandavam e desmandavam sem ouvir suas reivindicações. Bem feito! E nós, na retaguarda, de mãos atadas, sem poder de barganha – quem vai atrás dos pedidos de aposentados que não fazem o país parar com greves? - vimos o milagre acontecer. Alguém pensou como nós, alguém sentiu como nós e com a força da juventude foi à luta. Que bom, nós que descríamos do poder da Internet, achando que só servia para distanciar os jovens dos diálogos com os mais velhos, agora descobrimos sua importância. Não foi preciso comícios, não foi preciso debates preliminares em locais anunciados previamente, pois quando chegou a hora, todos estavam avisados e compareceram.
As ruas e praças das grandes cidades, e até de pequenas, tornaram-se campo de batalha, onde se digladiam manifestantes contra policiais que, diga-se a bem da verdade, não desejam ferir ninguém. Mas, na confusão, quem pode garantir. E os maus elementos se infiltram, e as depredações e saques acontecem. Diz um analista político que, se não houvesse violência, o governo não reagiria tão rápido para conceder vantagens e voltar atrás em medidas desfavoráveis ao povo.
O fato é que a rotina foi abalada, nunca sabemos o que vem depois. Tememos pelos filhos, parentes e amigos que se encontram nesse burburinho, tendo que sair para o trabalho e não sabendo por qual caminho voltar. As notícias que a gente lê primeiro nos jornais mudaram de página. Em vez de Polícia, passou para Política e Economia. Pode ser que ali tenha havido as soluções esperadas.
Resta-nos rezar e esperar. Mas, acima de tudo, cabe-nos demonstrar o nosso amor e compreensão, pois somos os responsáveis pelo clima da família, pelo aconchego que faz a vida valer a pena. Ela deve ser preservada. É a salvação do mundo.

Estamos na retaguarda, mas quem diz que não é uma posição importante? 

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