Este ano, de 2013, não cessa de surpreender-nos. Cada mês, cada semana,
novidades acontecem. Coisas que a gente nem imaginava. Umas boas, outras
trágicas, como o incêndio da Boate Kiss. Mas tudo isso ficou em segundo plano
nestes últimos dias. A vinda do Papa para a Jornada Mundial da Juventude abalou
o país. De vibração, comoção, solidariedade, beleza. Foi como S. Francisco
estivesse entre nós. Com o seu amor aos pobres, aos desvalidos e injustiçados.
Ou o próprio carisma de Jesus Cristo se expressasse por ele nas várias
aparições oficiais e espontâneas. Um chefe poderoso dispensando privilégios e
confortos, desejando estar em contato direto com o povo, acariciando
criancinhas. Dando esperanças a este povo tão machucado pelos desmandos dos
governantes, esquecido em seus anseios mais básicos, saúde, segurança,
educação. E como um pai amoroso aprovou as manifestações de rua e criticou a
“pacificação” das favelas. Adorei o incentivo e suas palavras: “ A grandeza
de uma nação só pode ser medida a partir
de como ela trata seus pobres, como ela soluciona a questão das favelas.”
Confesso que revigorei minha fé na Igreja Católica. Senti-me orgulhosa de
estar sob o comando de um chefe tão espetacular na sua simplicidade, pureza de
intenções e piedade. Que mostrou estar em casa onde quer que o roteiro do
evento o tenha levado. No Rio, na Aparecida, pelas ruas, nos altares. Foi um
raio de sol que brilhou sobre nós aquecendo-nos a alma e nos aproximando mais dos
irmãos. Que exemplos maravilhosos de solidariedade esta Jornada nos trouxe. A
Juventude tem-nos surpreendido. Nada de alienados como os mais velhos os julgávamos
até há pouco. Os jovens estão conscientes da realidade, dispostos à luta pelas
transformações que se fazem necessárias em nosso país. Podemos agora gozar mais
tranquilos nossas aposentadorias, apenas rezar e dar-lhes a força de nosso
carinho e compreensão. Pois em suas mãos está o futuro do Brasil. Mais justo,
mais humano, mais próspero e feliz.
Outra novidade que nos tirou da cama sem queixas foi a neve em Caçapava
do Sul. Começando na madrugada fria que não nos impediu de apreciá-la e tirar
belas fotos. Ficamos famosos nos noticiários, jornais, revistas e TV. Parece
que há trinta anos não acontecia. Minha irmã da Rua 7 se queixa da falta dos
passarinhos na árvore da calçada. Eles faziam uma alegre algazarra nos finais
de tarde ao se recolherem aos ninhos. Parece que foram buscar plagas mais
quentes. Mas eles voltam, para desgosto dos carros ali estacionados. A sujeira
dos capôs não sai com pouca água, é preciso esfregar...
Tudo isso nos trouxe umas férias inesperadas das
tristes notícias. Foi um intervalo valioso em que pudemos apreciar melhor a
vida e acreditar que o bem ainda existe e pode vencer o mal. Nossa situação
política, econômica e moral é alarmante, mas, como disse o nosso querido Papa,
temos que ter esperanças. Deus é pai. Não estamos sós.
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