sábado, 25 de julho de 2015

A GALINHA DO VIZINHO







A galinha do vizinho é sempre mais gorda, diz a sabedoria popular.  E o mundo está cheio de Cains invejosos deixando de apreciar o que é seu para cobiçar o alheio.
Além de a situação nacional estar péssima, a baixa auto-estima do povo ainda a torna pior.
Ficamos enaltecendo outros países que conseguiram sair do aperto que parecia impossível de ser resolvido, enquanto nós só fazemos lamentar. Os exemplos nos esmagam, em vez de dar ânimo. Até a Argentina que estava na miséria agora pararam de falar em cobranças ou que ela deu calote. O Japão, que sofre seguidas catástrofes climáticas, vazamentos nucleares e erupções de vulcões que destroem tudo a seu redor, logo repara os estragos, e a vida continua crescendo em recursos e qualidade. A Alemanha, vilã da 2ª Guerra Mundial, tão detestada e castigada por seus crimes, agora é uma das mais fortes nações da Europa, bancando até de benfeitora dos países em crise, como o Brasil.
Não bastassem as crises política e econômica do país e do Estado, S. Pedro não teve piedade. As águas extravasaram, é flagelado por todo lado, dá pena ver tanta gente sofrida chorando pelos bens perdidos. E as estradas, meu Deus. Buracos, deslizamentos, pontes interditadas, um caos!
Mas, como disse um comentarista da TV, pior do que isso, impossível. Abaixo do pior não existe outro superlativo.
Portanto, é arregaçar as mangas e resolver aquilo que governo algum, estadual ou federal, está resolvendo.
Os gringos da Serra Gaúcha estão dão o exemplo. Começaram a tapar os buracos. Conseguiram salvar o acesso a suas cidades, e os prejuízos no comércio e distribuição de produtos que chegam e saem estão diminuindo. É isso aí, não adianta chorar sobre o leite derramado.
Entretanto, outro dia fiquei triste de assistir a esta cena: uma mulher varrendo a calçada ia jogando o lixo para dentro do bueiro da esquina. Interpelada, ela sacudiu os ombros e disse: “não tô nem aí.” E outra, saindo de seu carro novinho em folha – bem trajada e maquiada – espalhou latas vazias de bebidas de uma sacola cheia pelo meio da rua e saiu dizendo: “Que se lixem.”  Só porque perdeu na eleição.
Mas precisamos apreciar nossas galinhas. Nosso patriotismo não pode arrefecer porque o Inter perdeu o jogo no México. Foi um golpe a mais, porém, não dizem que o importante não é ganhar, mas competir?
Temos muitas coisas de valor nesta pátria amada. Não caberiam nesta página. O que nos falta é memória para lembrar de uma eleição até a seguinte quais foram os malfeitores, os corruptos, os aproveitadores “representantes” do povo que nos levaram à atual situação que parece incontrolável. E votar certo, após muita pesquisa e ponderação, nos próximos pleitos. Então, não haverá galinhas mais gordas do que as nossas.


Anna Zoé Cavalheiro

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