A Olimpíada Rio 2016 vai ficar na História. Ao contrário dos temores de
violência e manifestações turbulentas e de fracasso nos preparativos, a cargo
dos alegres cariocas que levam a vida na sua maneira divertida, tudo correu
melhor do que se esperava. Salvo a necessidade de alguns reajustes na Vila Olímpica.
E os pessimistas tiveram de dar a mão à palmatória.
Atendendo às intenções do Papa Francisco que para o mês de agosto pediu
orações dos fiéis na intenção do evento “que os esportes sejam uma oportunidade
de encontro fraterno entre os povos e contribua para a causa da paz no mundo,”
a Olimpíada transcorreu num clima de paz e fraternidade entre as delegações.
Muitas amizades dali surgiram e voltarão a fortalecer-se nos próximos encontros
esportivos. Naturalmente, não vamos esquecer a atuação dos órgãos de Segurança
que merecem louvação.
A cerimônia de abertura
foi algo deslumbrante. Duvido que alguém tenha ficado indiferente diante de
tanta beleza e criatividade. Deu para ver como nosso povo é talentoso, apesar
de agir muitas vezes por improviso. Brasileiro deixa tudo para a última hora.
Mas no calor do entusiasmo, acerta e emociona. As representações de nossa
história e jeito de ser do povo brasileiro - cada região deste grande país com
seus costumes e artes - devem ter deixado os estrangeiros maravilhados. Era o
que se notava em cada fisionomia. Quem esperava encontrar um país em sérias
dificuldades financeiras e políticas, bem como beirando à anarquia, enganou-se
redondamente. A Lava Jato é problema nosso. Lava-se em casa.
O que V
iram foi uma cidade maravilhosa, gente amável,
solidária, alegre, vibrante. E o colorido da paisagem, relevo encantador e
variado, baía de Guanabara, Lagoa Rodrigo de Freitas e as praias...
A bandidagem daqui e os
terroristas de fora deram uma trégua. Pelo menos na Cidade Maravilhosa. Creio
que as gangues nacionais preferiram ficar admirando o grandioso espetáculo e,
quem sabe, torcer por nossas equipes. Bandido também tem coração. E algum
patriotismo, quem duvida.
O papel feio ficou por
conta dos estrangeiros: os nadadores norte-americanos que tentaram manchar a
imagem do Brasil, alardeando uma violência que não aconteceu; e dos africanos
que assediaram as camareiras, pensando que estavam na casa da Mãe Joana.
Pensei, e muita gente
comigo, que o espetáculo de encerramento não poderia chegar aos pés da
cerimônia de abertura. Mas chegou. Não dá para descrever, mas ficará por muito
tempo na lembrança de todos aquelas imagens, o colorido, a sincronia, a
coreografia, as figuras que os bailarinos formavam, arte e tecnologia
interligando-se para aquele resultado espetacular. Era o coração do Brasil
mostrando-se caloroso, fraterno, artístico e divertido, como o perfeito
anfitrião que se tornou.
E a palavra Saudade foi
aprendida e repetida pelos atletas participantes, que saíram daqui com
nostalgia, porque a vontade era de permanecer neste clima de paz, fraternidade
e alegria.
Anna Zoé Cavalheiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário