quinta-feira, 29 de setembro de 2016

MELHOR IMPOSSÍVEL






A Olimpíada Rio 2016 vai ficar na História. Ao contrário dos temores de violência e manifestações turbulentas e de fracasso nos preparativos, a cargo dos alegres cariocas que levam a vida na sua maneira divertida, tudo correu melhor do que se esperava. Salvo a necessidade de alguns reajustes na Vila Olímpica. E os pessimistas tiveram de dar a mão à palmatória.
Atendendo às intenções do Papa Francisco que para o mês de agosto pediu orações dos fiéis na intenção do evento “que os esportes sejam uma oportunidade de encontro fraterno entre os povos e contribua para a causa da paz no mundo,” a Olimpíada transcorreu num clima de paz e fraternidade entre as delegações. Muitas amizades dali surgiram e voltarão a fortalecer-se nos próximos encontros esportivos. Naturalmente, não vamos esquecer a atuação dos órgãos de Segurança que merecem louvação.
A cerimônia de abertura foi algo deslumbrante. Duvido que alguém tenha ficado indiferente diante de tanta beleza e criatividade. Deu para ver como nosso povo é talentoso, apesar de agir muitas vezes por improviso. Brasileiro deixa tudo para a última hora. Mas no calor do entusiasmo, acerta e emociona. As representações de nossa história e jeito de ser do povo brasileiro - cada região deste grande país com seus costumes e artes - devem ter deixado os estrangeiros maravilhados. Era o que se notava em cada fisionomia. Quem esperava encontrar um país em sérias dificuldades financeiras e políticas, bem como beirando à anarquia, enganou-se redondamente. A Lava Jato é problema nosso. Lava-se em casa.  O que V
iram foi uma cidade maravilhosa, gente amável, solidária, alegre, vibrante. E o colorido da paisagem, relevo encantador e variado, baía de Guanabara, Lagoa Rodrigo de Freitas e as praias...
A bandidagem daqui e os terroristas de fora deram uma trégua. Pelo menos na Cidade Maravilhosa. Creio que as gangues nacionais preferiram ficar admirando o grandioso espetáculo e, quem sabe, torcer por nossas equipes. Bandido também tem coração. E algum patriotismo, quem duvida.
O papel feio ficou por conta dos estrangeiros: os nadadores norte-americanos que tentaram manchar a imagem do Brasil, alardeando uma violência que não aconteceu; e dos africanos que assediaram as camareiras, pensando que estavam na casa da Mãe Joana.
Pensei, e muita gente comigo, que o espetáculo de encerramento não poderia chegar aos pés da cerimônia de abertura. Mas chegou. Não dá para descrever, mas ficará por muito tempo na lembrança de todos aquelas imagens, o colorido, a sincronia, a coreografia, as figuras que os bailarinos formavam, arte e tecnologia interligando-se para aquele resultado espetacular. Era o coração do Brasil mostrando-se caloroso, fraterno, artístico e divertido, como o perfeito anfitrião que se tornou.
E a palavra Saudade foi aprendida e repetida pelos atletas participantes, que saíram daqui com nostalgia, porque a vontade era de permanecer neste clima de paz, fraternidade e alegria.
                                   Anna Zoé Cavalheiro



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